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Por que Plano de Carreira não existe?

  • Foto do escritor: Bruno Gustavo
    Bruno Gustavo
  • 5 de abr. de 2018
  • 3 min de leitura

Curioso que sou, recentemente comecei a estudar a Geração Z. Tive a oportunidade de mapear diversos comportamentos dessa galera adentrante no mercado de trabalho. Ao me aprofundar na temática descobri origens, anseios e desejos(cristalizados em necessidades) dos Z’s. Entretanto, algo foi surpreendentemente pessoal: o anseios de encontrar o famoso Plano de Carreira.

Antes de qualquer coisa acredito ser interessante reforçarmos o conceito de plano de carreira. A Endeavor descreve como “um programa estruturado que estipula o caminho que cada funcionário vai percorrer dentro de uma organização. Ele determina as competências necessárias para cada posição hierárquica e também qual é a expectativa da empresa em relação àquela posição.” No papel é lindo, não? Mas na realidade é mais onírico do que parece.

Imaginem vocês, o Bruno de 17 anos adentrando no mercado de trabalho. Com muita ansiedade, ambição e consciência do seu potencial. Aquele Jovem Aprendiz clamava por um Plano de Ação. Na realidade, achei que no meu primeiro dia já me entregaríam isso. Inocência que futuramente se transformou em frustração. Naquela época me faltava conhecimento acerca do conceito da palavra processo.

Um ano se passou e o Plano de Carreira não veio. Me senti frustrado, pensava que sem aquele plano nas mãos meu caminho seria muito mais nebuloso. Naquela época, eu -inconscientemente- imputava a responsabilidade do meu sucesso profissional naquele planejamento.

Como qualquer outro Z, tenho uma cognição veloz. Isso se originou lá atrás, nos hábitos que adquiri em minha infância: Possibilidade de zappear vários canais de TV(aliás, é daí que vem o termo Geração Z), o início da internet e dos gadgets mega tecnológicos (lembram do Palm Top? rs). Esse combo, fez com que eu acreditasse que todos os processo eram velozes. Mas posteriormente descobri, um processo é -geralmente- lento. Demanda de tempo, esforço e etapas cumpridas.

Conseguem ver o panorama que temos atualmente? Jovens com grande potencial e -naturalmente- inocentes sobre o processo de desenvolvimento. Seja profissional, emocional, pessoal, espiritual, enfim. E essa falta de informação, pode frustrar demais essa galera e causar um crescimento exponencial no movimento de novos empreendedores. Eu, particularmente acho isso fantástico, porém é interessante que esses jovens tenham o mínimo de conhecimento técnico sobre operação ou business para que as novas empresas durem mais de 5 anos. Vocês já viram a porcentagem de novas empresas brasileiras que quebram antes de atingirem essa idade? É assustador e entristece.

Mas, por que plano de ação não existe? Agora em 2018, tenho a oportunidade de entender a big picture desse cenário. Num almoço qualquer, comentando sobre o assunto com o Gerente de Mídia da PósClique (onde trabalho atualmente) entendi a perspectiva do nível gerencial sobre o tal do Plano de Carreira. Para ele, a ideia era fantasiosa. E realmente, como é possível calcular as etapas do processo de aprendizado de alguém de maneira eficiente? Como é possível prever todas as variáveis possíveis como: desmotivação, curiosidade pelo tema, resiliência sobre a dor de sair da zona de conforto em diversos momentos, o questionamento sobre outras alternativas, entre diversos outros?

Mesmo feito de maneira geral, é muito pouco provável de ser coerente. No contexto corporativo atual que vivenciamos, a velocidade impera e alta produtividade virou quase um mantra. Depois de 6 meses fazendo a mesma coisa, grande partes dos Z’s não suporta mais o mesmo ambiente de trabalho. Como prever isso no Plano de Ação? Realmente gostaria de ter essa resposta.

Finalizando a reflexão: a Geração Z vai com high hopes para encontrar esse plano de ação, e ficará frustrada por não encontrá-lo. O chefes, muitas vezes, não querem falar pra seu funcionário que o Plano de Carreira não existe. E o novo funcionário, tampouco quer pedí-lo. Esse ruído no processo de comunicação interno das empresas do mercado fará que elas percam esses jovens que têm um potencial gigante para -muito recorrentemente- a empreitada empreendedora, que cresce cada vez mais! E a missão de reter funcionários será cada vez mais desafiadora.

 
 
 

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